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Mostrando postagens de maio, 2024

Meu Deus

Tentei com todas as forças Por anos trabalhei arduamente para tentar encontrar o que estava quebrado em mim Desde o inicio tudo que eu fiz não era o que eles queriam Menino ainda, não entendia que o correto deles, era o incorreto para mim "Não faz assim" "Deus não gosta disso" "Deus não está ai" E nesse caminho (não meu) de Deus, de tudo encontrei (exceto o Criador) Graças a Deus que nesse caminho do seu Deus  Eu não encontro o Meu Deus Agora Vivo em Deus Com o Meu Deus Wellingtton Jorge

Vício sadomasoquista de um poeta vingativo

Admiro os que bebem para esquecer Eu escrevo para esquecer Ai depois eu lembro que escrevi E de longe fica o desejo de esquecer o que quero Assim vou me contentando  com meu vício sadomasoquista Olha! É tão prazeroso essa dor Essa melancolia de ser escritor Não há beleza ou encantamento no poeta O que há em nós, os poetas, é uma vingança Queremos dar a todos as dores que carregamos nos versos Mas ninguém entende E adoram as palavras como um altar sagrado Embora seja uma desgraça poética profana Wellingtton Jorge

Hora do almoço, Belchior moço e eu também

Hora do almoço, Belchior moço e eu também Pai Mãe Irmã mais velha Prato na mesa Olhares arredados Grão de arroz dançando no prato Hora do almoço Hora do desencontro Hora do alimento Hora do descontentamento No fundo do prato Comida temperada com lágrimas salgadas Todos se olham Compartilham o sorriso de purê de batata [um brinde Belchior] Medo, medo, medo É hora do almoço Também sou bem moço pra tanta tristeza Sei que logo chega a morte, sem respeitar a vida E nos leva moço, sem ter feito a vida. Wellingtton Jorge

Pós guerra

Embaixadora da paz, levantou a bandeira branca em mim Nos escombros da guerra aquela semente germinou Como espelho quebrado no chão refletindo aos céus a luz do sol é meu coração ao ver seu sorriso chegando Fincou em meus sentimentos a placa com seu nome Um memorial um altar um marco do antes e depois A eterna lembrança que depois da guerra, a paz chega. Wellingtton Jorge

Eu e Cora Coralina

Li Cora Coralina a conheci, vi sua infância foi uma menina estranha e rejeitada Caia demais. Joelhos sempre a sangrar Quando poeta escreve, nos versos ele próprio pode se encontrar Quando outro poeta ler, ali eles podem se amar Não falo do amor éros mas no reflexo dos seres O espelho atemporal dos versos O narcisismo que nos habita e gera pertencimento a história do outro. Posso eu contar a história dela, e fazer da minha o enredo? Posso dizer muito sobre Cora, e você aprender mais sobre mim Somos simples, eu e Coralina Família de sotaques, escassez no banquete da mesa Mas a imaginação sempre foi um alimento diário Nunca faltou, mas também não é de sobrar. Cresceu e viveu na simplicidade E o sucesso chegou, não pelo ter, mas por ser Seu nome já ficou, o meu há de ficar Seremos um do mesmo Já temos algumas coisas em comum A pátria e o lápis, no meu caso o smartphone Gerações mudam e se reeventam, mas os sentimentos ficam a girar n...

Meus 30 e poucos anos

Não esperar nada de quem poderíamos esperar tudo Não abrir os ouvidos para o silêncio vindo do outro Quando se esperava simples afeições Tomar cuidado com o desejo Ele dá vida a pensamento que nunca serão realidades Wellingtton Jorge