Duas vinte e quatro horas
Desde ontem tenho procurado Escrever sobre meu dia de ontem Se passaram duas vinte e quatro horas Quando começo o próprio tempo apaga. Escrevi um soneto Falei do metrô de Itaquera Das lindas mãos da mulher loira De suas unhas vermelhas Seu olhar penetrante Me arrisquei a colocar um ponto final no quarto parágrafo O aplicativo não salvou Poeta digital sofre assim, a falta de internet é o mesmo que não ter papel e caneta. Depois de mais uma vinte e quatro horas Escrevo tudo isso, em poucas palavras Como registro de uma irritabilidade com o destino por me levar cada escrito. Wellingtton Jorge