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Mostrando postagens com o rótulo crônica

Vitis vinifera, a nossa raíz

"Meu amor, a vida passa num instante, e um instante é muito pouco pra sonhar" Começo esse texto ao som de Oswaldo Montenegro, lançado em um instante que se fez raiz, instante que nutriu minha alma, como um vinhedo nas montanhas que busca lá nas profundezas os mais ricos nutrientes sentimentais para sua existência. Hoje, lendo Graciliano Ramos, sua famosa obra Vidas Secas . Sim! Estou falando da Baleia, a cachorra mais conhecida do nosso nordeste maravilhoso, Fabiano e sua indagação se é bicho ou homem, e Sinhá Vitória, sua companheira. Me deparei com a seguinte frase: "Era mais forte que tudo isso, era como as catingueiras e as baraúnas. Ele, Sinhá Vitória, os dois filhos e a cachorra Baleia estavam agarrados à terra". Nesse exato momento, lembrei daquele senhor (Marcelo) que há poucos dias chegou com uma caixa de vinhos, com um ar de conhecimento regado de simplicidade e leveza, num encontro de amigos de amigos (19/12/24). Que, por ocasião, também era o lançame...

Lavar a louça

As besteiras que pensamos contêm grandes dilemas filosóficos. Hoje, quando fui lavar a louça, tive uma paralisia repentina, oriunda da preguiça. E, nesse exato momento, resisti à tentação e ela se afastou de mim. Fui até a pia e lavei meu prato, duas taças de vinho e meus talheres. Durante essa resistência à preguiça, pensei em quantas pessoas não gostam de lavar louça e como essa é uma tarefa essencial para manter a casa organizada, limpa e aconchegante. Mesmo sem vontade, realizamos essa tarefa dia após dia, gostando ou não. Em minutos, finalizei a obrigação. E pensei como é simples fazer algo mesmo sem gostar. Pergunto-me quantas coisas importantes fazemos sem gostar. Digo "coisas" no sentido de tarefas relevantes, não de ações que violem nossos princípios ou nossa essência. E a conclusão é: lavar a louça é como defecar. Se você não se limpar depois, gostando ou não, haverá muita sujeira. Não me lembro de alguém dizer que gosta de se limpar após defecar, que ama fazer ...

Mozart e Miles Davis, Rubem e Wellingtton

Começo a acreditar que, ao se inspirar em uma determinada pessoa, você passa a vivenciar algo semelhante ao que ela vive. Talvez a espelhar seus atos, pensamentos e até mesmo suas paixões. Quando leio Rubem Alves, tenho a sensação de reflexo, sinto-me como se estivesse diante de um espelho. Não sou presunçoso a ponto de me comparar a ele, não sou tão iludido a ponto de comparar Ronaldinho Gaúcho com Endrick ou Rubem Alves comigo.  Mas é importante (para mim) observar o quanto temos em comum. Quando me deparei com sua crônica "Mozart" nas páginas do maravilhoso livro Ostra feliz não faz pérola, ri muito e lembrei de um episódio similar. Em uma ida rotineira ao Starbucks de Itaquera, pedi meu café expresso de brigadeiro, enquanto ao fundo tocava um repertório magnífico de Miles Davis. Ao pagar o café, perguntei à atendente quem havia escolhido o repertório. Empolgado para citar a música So What e me aprofundar ainda mais no assunto, recebi um balde de água fria. A resposta ines...

524L-10

Não prestamos atenção em nada. Existem tantas coisas acontecendo na capital de São Paulo. Vi um pai e sua pequena garotinha, rindo, brincando e vivendo momentos incríveis, tudo isso durante a viagem de metrô. Logo depois, na Praça Cel. Sandoval Figueiredo, moradores de rua e seus cachorros. Todos numa alegria, alegria de ter um ao outro. O famoso caramelo festejando o bom dia do seu dono e, pouco importa o que tem o seu dono, o importa é aquele carinho na cabeça. Outros donos também estavam por lá, despertando na sexta-feira na capital. E seus cachorros ao lado comemorando o que talvez nunca iremos entender. Durante meu trajeto na linha 524L-10 Parque São Lucas, vi um senhor lendo o jornal que fora entregue minutos atrás na Tuiuti. Existe uma sincronicidade ininterrupta na vida, e por que não nos conectamos a ela? Quanto a mim? Estava escutando Tenório Júnior, pianista que desapareceu durante os anos de conflitos ditatoriais no Brasil. Seu álbum Embalo, talvez tenha me embalado a ver o...

Do coração sou o maior prisioneiro

Dos maiores medos que um homem pode ter, é o medo de ser prisioneiro do próprio coração. Órgão que nos dá a vida e permite que presenciamos coisas belas e fundamentais, segundo o que nossa espécie considera como essencial para preenchimento da grande lacuna existencial. Não obstante, o coração é uma estante, onde tais essencialidades ficam guardadas, e sempre que necessitamos paramos em frente e olhamos para tudo que um dia foi colocado ali. A grande dificuldade é conseguir deixar de olhar tudo que outrora foi colocado como memorial das grandes dores e sofrimentos, ofuscados por risos e gestos contraditórios, entre o sentir e o demonstrar.  Nele percebemos que há tantas coisas que transformaram o que éramos, no que somos e tantas outras que feriram e fingimos que não. Porém, todos os dias, após o entardecer, paramos e olhamos, vemos tudo o que não queríamos ver e, guardamos para nos aprisionar novamente. Wellingtton Jorge

Um final de semana em Angra dos Reis

Parece clichê, mas preciso começar a narrativa dos fatos de forma tão comum e corriqueira como tantos outros textos que você em algum momento já leu e, para justicar o que disse acima lhe digo, se permita viver em cada momento o que pode se viver.  Para muitos filosófos o estudo do Estoicismo foi a base para justficar a consciência do presente momento. Nos dias atuais, com a modernidade pós-moderna "nasceu" o termo mindfulness ou em português simples "atenção plena". Ou seja, esteja em atenção plena em sua vida. Após um planejamento rápido descidi viajar para Angra dos Reis (Rio de Janeiro). E quem me conhece sabe que tenho uma queda maior por campos, pássaros e o canto do vento quando balançam as folhas das árvores. Mesmo assim me permiti colocar os pés em águas e deixar os peixes brincarem comigo, fazendo de  minhas pernas corais. Passei mais tempo na água em dois dias do que nos últimos anos. Tudo isso me fazia refletir sobre a atenção plena. Passamos tanto tempo...

Humano demasiado Humano

A vida é uma eterna professora e quem está disposto a aprender nunca irá se arrepender. Recentemente fiquei um período em silencio, para ouvir a voz da vida. Ouvi coisas que doeram, coisas tristes e verdades que mostraram minha fragilidade e humanidade. Como todo processo e fase, isso chegou num momento que eu também precisei falar com a vida, e quando se fala com a vida o tempo sempre está presente. Foi aí que lembrei de um poema da Viviane Mosé, magnifica filosofa brasileira (nietzschiana).   Vida/Tempo “Quem tem olhos pra ver o tempo Soprando sulcos na pele Soprando sulcos na pele Soprando sulcos? O tempo andou riscando meu rosto Com uma navalha fina Sem raiva nem rancor. O tempo riscou meu rosto com calma Eu parei de lutar contra o tempo ando exercendo instantes acho que ganhei presença. Acho que a vida anda passando a mão em mim. A vida anda passando a mão em mim. Acho que a vida anda passando. A vida anda passando. Acho que a vida and...

Hipoteticamente

Gostaria muito de ter a idade da sabedoria, só para dizer que no meu tempo de mocidade era diferente. Hoje a alegria e espontaneidade dos jovens me chamou atenção. Recordei de muitos momentos compartilhados com amigos e, das invenções que tínhamos só para jogar videogame depois das aulas. Nessa terça-feira de brisa suave e maravilhosa, estava eu em São Bernardo do Campo, e vi um quarteto fantástico rindo e falando coisas de jovens. Fui curioso e deixei meu ouvido atento para captar cada palavra desses jovens cheios de vida naquele ponto de ônibus. Quando tive ciência, estava rindo com eles (igual o faço nesse exato momento que escrevo). Não os conheço, mas gostaria de ter passado a tarde ouvindo aquela conversa insana, imatura e cheia de vida. Nossa maturidade retira das palavras a energia de vida, pensamos para falar e esquecemos de sentir o que falamos. Olha se tem cabimento, quando um deles contou uma história “hipotética” (uso as palavras dele nesse relato). “Hipoteticame...

Homem também quer chorar

Homem também quer chorar e o mais difícil não ter essa vontade, mas poder realmente expressa-la no tempo, maneira e condições que ele precisa. Quantas vezes o homem é repouso para a sua companheira, perguntando como foi o dia, o que se passa em suas dores, medos e anseios? E depois de longas horas desabafando ela se sente leve e percebe que tem um parceiro, mas nesse dia ele também gostaria de falar um pouco e repousar a cabeça em um colo para chorar. Porém em muitos casos o que ele encontra é a insignificância dos seus sentimentos na visão do outro. Quantas vezes o homem empreendedor, gestor ou líder possui dias terríveis, e quando chegam em casa só precisariam ouvir de forma orgânica e totalmente natural algumas palavras de apoio, carinho e receber gestos de amor.   Mas é justamente a incapacidade da sociedade de olhar para os homens e perceber que todos nós também queremos chorar, que temos medos, não sabemos todas as respostas e somos inseguros com alguns assuntos, nos fazem ...

Céu de Bronze

Tenho mudado numa velocidade que não consigo me reconhecer. Não digo na aparência, embora essa também sofre a metamorfose do tempo. Isso não me assusta! é de se esperar que o tempo como o vento leve as folhas secas que outrora eram juventude que a vida me deu. Não quero aqui prender-me no que tange o poderio do tempo, mas se me cabe a capacidade, em crônica falarei sobre a mudança que poucos veem.  E esse texto só nascerá por recentemente ter lido o famoso livro "Bagagem" de Adélia Prado e, iniciar minha escavação nerdiana sobre a vida da autora.  Como de costume se uma obra me chama atenção, jogo-me do penhasco da curiosidade e deixo minha alma e o intelecto devorar tudo que posso, no tempo que posso, com a capacidade que tenho (algumas vezes sinto que ambos possuem um metabolismo acelerado, a fome sempre chega). Com isso me deparei com a Adélia narrando sua fase de escuridão espiritual, do assombro que é existir.  Deixo claro que já conhecia a poesia e admirava, mas ass...

Folhas novas, canetas novas

Quantas vezes ouvimos que devemos recomeçar? É de se pensar nas inúmeras situações que nos falta fôlego e por algum motivo encontramos força para não desistir. Não quero falar aqui da capacidade que possuímos de seguir, mas se possível encontrar o espaço tempo entre o recomeçar e finalizar.  A vida é muito parecida com uma folha em branco (é o que dizem por ai). Acredito que seja sim, porém ninguém diz que uma folha riscada é uma folha ocupada. Cada letra nessa folha é a construção de vários acontecimentos. Não temos a possibilidade de deletar palavras uma vez que foram transferidas para o papel. E entre o espaço tempo de recomeçar,  dizem que devemos colocar um ponto final e virar a página. Percebo que quando escrevemos palavras com demasiada força no punho as letras marcam a próxima folha.  Agora pergunto, como escrever novas histórias se a vida já está marcada? Como seguir em linhas brancas se há traços a olho nu invisível, mas com um pouquinho de pó de grafite, como o...

Carro veloz (fast car)

Queremos a velocidade ao invés de uma brisa leve sobre o rosto. Com as janelas abertas avançamos os quilômetros num frenesi, numa loucura e ansiedade para chegar. Queremos o final, mostrar o que somos, levantar um troféu de melhor, o troféu do campeão. Quantas vezes me pego a correr, a dizer a mim mesmo "vamos logo, você precisa avançar, outros já chegaram...", quantas vezes não permito o choro brincar de escorregador em meu rosto, pois não há tempo para sentimentos.   Perdemos a capacidade de olhar para a estrada e aproveitar o canteiro, fazer um piquenique no acostamento, sabe porque? precisamos chegar, precisamos mostrar que já estamos por lá.  Gostaria de entender quem inventou a chegada, gostaria de voltar nesse dia e desfazer essa tal "chegada". Passei algum tempo da minha vida nessa procura por chegar, passei algum tempo na minha vida desejando passar rapidamente pela estrada, até descobrir que nada importa, nada pode sucumbir o trajeto.  Queremos avançar o t...

Rubens Alves, minhas crônicas por suas crônicas

Anos atrás por acaso ou predestinação (nesse contexto, lembro-me de Santo Agostinho), conheci o Rubens Alves, não literalmente em carne e osso, mas o conheci.  Conheci sua vida, seus filhos, amigos e seu pensar. E quando isso aconteceu, conheci um pouco mais de mim.  Essa predestinação do conhecer-te, só foi possível, quando minha irmã encontrou um livro de crônicas no banco do metrô de São Paulo. Trazendo-o a mim, me  presenteou, assumo que de início não falei com Alves (hoje ele é um amigo e de alguma forma me ajudou até aqui, por isso tomo a liberdade de chama-lo de Alves). Estava naquele período conversando muito com Nietzsche, Drummond e Guimarães, além de ouvir os sábios ensinamentos de Chiavenato para as organizações.  Belo dia, ouvi sua voz a me chamar, sentei em minha sala para encontrar essa voz entre os livros. Espalhei todos no chão e fui procurar aquele que desejava falar comigo. Quando ali vi a bendita coleção de crônicas do Alves. Ainda no chã...

A vida é como dirigir a noite

É preciso muita coragem para continuar na estrada da vida, quando se chega a noite. Enfrentar o medo do incerto que logo a frente está. É preciso um toque de humildade para prosseguir e aceitar que a cada passo a estrada se revela e mesmo sabendo o destino, o caminho pode ser diferente do planejado ou até mesmo conter mais empecilhos do que o esperado. Talvez seja necessário reduzir um pouco a velocidade pois tem neblina logo a frente. Talvez o seu corpo peça uma pausa para o descanso, recalibrar as energias e se abastecer. Confortável é dirigir durante o dia, ver a paisagem e enxergar mais de 100 metros a sua frente. Bom mesmo é pegar a estrada livre, sem buracos e pedágios. Mas nem sempre é assim, se você almeja ir longe nessa vida e deseja trafegar durante o dia em algum momento você precisará encarar a noite, a neblina, a escuridão e a solidão da estrada noturna. Devemos lembrar que para dirigir a vida é importante atenção, não se distrair, pois num piscar de olhos um acidente acon...

Maghalitta, tríade vivencial!

Não sei o que escrevo, começo pela magnifica pizza e vinhos que podemos encontrar ou no atendimento único que o “Kel” oferece? Kel é um nome que os amigos o chamam e tomo a liberdade de escrever assim, pois desde a primeira vez que coloquei o pé na Maghalitta pude sentir essa amizade.  Não considero a Maghalitta somente uma pizzaria, e pego-me a falar das saborosas opções que por lá encontramos, um banquete de sabor, qualidade e rapidez essencial para o segmento. Entretanto o que por hora compartilharei são as coisas que não podem ser consumidas e muito menos compradas.  Falarei de uma tríade vivencial. Amizade, respeito e humanidade. Recordo-me de um poema escrito meses atrás, no qual refleti sobre “que mal tem um bom dia para outro alguém?”. Não foi um bom dia, mas um boa noite, a energia compartilhada me fez aderir ao ambiente alegre, e vi que já havia outros nessa mesma energia. Nesse primeiro momento aprendi que estranho não são as pessoas que tenho pouca afinida...

O dia que acordei Nietzschiano

Foi assim que amanheci o dia, pensando no que faria ou não sentido. Peguei-me olhando para mim, tendo a difícil tarefa de examinar-me. Comecei por sondar meus pensamentos e enxergar as doideiras que neles reinam. Passei por cada sonhos, medos, desejos claros e sombrios, finalizando nos amores. Todo homem possui muitos amores, e todos estão acompanhados do cálice da vaidade. Amamos preencher esses cálices com as bebidas dos deuses, na esperança de sermos iguais a eles. Ora! Estamos anos luz por andar na vaidade e por isso pergunto, qual a razão de tudo? Nada faz sentido, até o sentido que buscamos ter. Mas do que vaidade e muito além de existir, no final nada permanece, não importa nossos esforços nada permanecerá. Acordei um pouco nietzschiano, com uma breve aparência freudiana, e pensa como essas perguntas filosofias me pegaram de jeito. Embora não entendendo, fui gostando da ideia de ser um pensador (de alguma forma o pensamento veio até mim, então não posso dizer que é meu, ...

Estou de passagem, logo me vou!

A pequenez do coração nunca foi a minha companheira. Dizem que, quem é nasce feito! Pode ser que sim, mas até hoje fui construído por dores, medos, anseios, fracassos, lágrimas e poucas oportunidades. Das oportunidades da vida, a primeira foi a dádiva do fôlego, quando menino foi a música e enquanto homem o pensar. Sei que pronto não estou, desejoso de caminhar por novas experiências sou. Grato pelas dores, frustrações e cicatrizes que se tornaram professores. Quero prosseguir na simplicidade, lembrando do sangue que levo. Tenho o cuidado de não ser mais um passageiro comum na estrada da vida, mas de alguma forma plantar flores para os próximos virão. Tenho poucas sementes, mas se pelo menos uma florescer, sei que ali eu sempre estarei. O breve tempo de ser, pode me seduzir a não plantar, e por essa razão procuro no crepúsculo refletir se o fiz. Se tudo é composição do mundo líquido moderno, quero deixar um jardim sólido. Sabendo-me, que a solidez não é tangível, dessa ...

Deus está morto!

Tal expressão traz para nós cristão uma revolta. Pois como afronta ao que vivemos e falamos, ela nos provoca a repensar se de fato isso é verdade e por si coloca em xeque o que hipoteticamente acreditamos. Seguimos uma ideologia de vida, com valores e padrões pré-estabelecidos. Fazemos de tudo para nos enquadrar e justificar que nossa ideologia é pura, verídica e a melhor. É maravilhoso fazer parte de um clã social predominante. Isto é! quando nos permitimos fazer parte dele. Uma vez que, reagrupamos outras ideologias dentro da visão principal. Não obstante, nossa fé mística nos direciona para atitudes incoerentes que praticamos em prol de nossa verdade. É incomum olharmos para nosso manual de vida e estudarmos até que venha a claridade racional, transformando o que somos no que deveríamos ser. Cremos e novamente digo que somos contraditórios. Pois o ato de crer é despojar – se dá metafisica, não querendo razões no presente, mas esperando acontecimentos futuros. E p...

A fonte de tudo

Tenho me arriscado na vida de poeta, dizem que todos precisam sofrer por amor para conter em si a melhor inspiração.  Gladir Cabral e Jorge Camargo cantam as melhores poesias que já ouvi, Guimarães Rosa e Fernando Pessoa são outros conterrâneos que ao papel dão vida. Mas no reino dos poetas há um que é inestimável. Com suas palavras, foram criadas todas as coisas, átomos, matérias, tempo e vida. Em um dos dias de inspiração, houve aquele que dividiu o tempo entre o antes e depois da redenção e, agora entendo o motivo dos poetas sofreram de amor. É de pensar o tamanho do sofrimento que um poeta teve ao dar seu filho para salvar outros, veja que a trindade foi dividida para que o poema pudesse existir. É nesse momento que as melhores histórias são criadas e o grande artista aparece na fusão do amor com a dor, e por Ser, sempre está com aqueles que os leem, por estar nos transforma e escreve tudo novo. Wellingtton Jorge

Um dia na casa da tia

Na arte de escrever não tenho prática, mas me arrisco, pois dizer o que sinto não é questão de certo ou errado. A questão é sentir e aproveitar o que a vida tem de melhor. Quando leio Rubens Alves com suas magnificas crônicas ou Lima Barreto com seus contos clássicos, poderia me intimidar no escrever, mas encontro força e motivação, para deixar as palavras expressarem meu olhar.  Assim quero ao som de Caetano Veloso (Sampa), contar de um dia especial para mim. Nesse momento penso como essa música daria o melhor enredo para este dia. Pois uma coisa aconteceu em meu coração, quando eu cruzei aquelas portas. Coloque-me a rever a tia, prima, primo, tio e priminho (Gustavo).  O tempo pode separar pessoas, quando as pessoas o permitem separar. Nesse caso, todos com uma única vontade de exprimir o tempo para que nele nossas vidas pudessem cruzar-se novamente. E foi assim, no fundo do quintal, debaixo do pé de uva, perto da balança que só na casa da tia existe. Olhei os qua...