Deus está morto!
Tal expressão traz para nós cristão uma revolta. Pois como
afronta ao que vivemos e falamos, ela nos provoca a repensar se de fato isso é
verdade e por si coloca em xeque o que hipoteticamente acreditamos.
Seguimos uma ideologia de vida, com valores e padrões
pré-estabelecidos. Fazemos de tudo para nos enquadrar e justificar que nossa
ideologia é pura, verídica e a melhor.
É maravilhoso fazer parte de um clã social predominante.
Isto é! quando nos permitimos fazer parte dele. Uma vez que, reagrupamos outras
ideologias dentro da visão principal.
Não obstante, nossa fé mística nos direciona para atitudes
incoerentes que praticamos em prol de nossa verdade.
É incomum olharmos para nosso manual de vida e estudarmos
até que venha a claridade racional, transformando o que somos no que deveríamos
ser.
Cremos e novamente digo que somos contraditórios. Pois o ato
de crer é despojar – se dá metafisica, não querendo razões no presente, mas
esperando acontecimentos futuros. E por sua vez, não há controle no que poderá
acontecer. Permitindo assim, que em nossa sutil capacidade de controlar,
fiquemos mercê do incontrolável.
Agora pois, se nossa verdade é absoluta, por que não somos
impactados com essa verdade? Ações e atitudes estão fundamentadas em verdades
ou mitos religiosos?
Somos dotados de tamanha utopia. Nietzsche em seu livro “O
Anticristo”, capítulo 38, indaga a si mesmo sobre o homem, que é a verdadeira
aranha venenosa que mata a vida. Homem que é totalmente anticristão em seus
atos, nomeando – se cristão e participante da ceia de Cristo. Nietzsche
finaliza o capítulo com essa frase “que espécie de aborto de falsidade deve ser
o homem moderno para não ter de jeito nenhuma vergonha de chamar-se cristão!”
Em “A Gaia Ciência” capítulo 125, Nietzsche através de
parábolas, conta a história de um homem louco, correndo pela praça pública
gritando sem cessar “Procuro Deus” Procuro Deus”. Todos olham para este homem,
que desperta risos entre eles, por causa dessa atitude insana.
O mesmo homem, olha a multidão e diz “Para onde foi Deus, gritou ele, ‘já lhes
direi! Nós o matamos – vocês e eu. Somos todos seus assassinos! Mas
como fizemos isso? Como conseguimos beber inteiramente o mar? Quem nos deu a
esponja para apagar o horizonte? Que fizemos nós, ao desatar a terra do seu
sol? Para onde se move agora? Para onde nos movemos nós? Para longe de todos os
sóis? Não caímos continuamente? Para trás, para os lados, para a frente, em
todas as direções? Existem ainda ‘em cima’ e ‘embaixo’? Não vagamos como que através de um nada
infinito? Não sentimos na pele o sopro do vácuo? Não se tornou ele
mais frio? Não anoitece eternamente? Não temos que acender lanternas de manhã?”.
Deus está morto para a religião e, ressurreto entre os últimos cristãos.
Wellingtton Jorge
Wellingtton Jorge
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