Súdito do desejo

Será que sabemos a verdade dos nossos desejos?
Compreendemos nossas vontades?
Quais dos instintos devo alimentar, quais devo matar?
Sou ainda tão primitivo
Controlado por emoções efêmeras e irrelevantes
Nutrido da letra, ainda me faltam palavras
Empançado de argumentos
Me calo contra as atitudes animais que são minhas, somente minhas 
Elas são em si, minha totalidade
O que sou, exatamente como sou
Não o que falo, mas o que sou
Tão pouco o que demonstro ser 
Talvez pareça ou lhe soe ruim o que digo
Sim, é ruim! 
As verdades se reconhecem
Tal como reflexo do lago narcisista de Rafaelo
Quando me vê, vê sua totalidade também
O homem que é, e não o homem que deveria ser
Um é o presente, o fato realizador
O outro é um futuro idealizador
Não existem coerência de tempo para ambos
É preciso cada um habitar em seu tempo 
Quanto a mim, sei que não existe dualidade eterna
Quero ambos, mas só um é reina em mim
E em todo reinado estruturado 
É necessário uma base de pirâmide bem sólida 
Com sede de ser governada
Esse sou eu, você, somos assim 
Governado por nossos desejos mais poderosos.

Wellingtton Jorge 



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eu e Cora Coralina

Pétalas

Resposta para Música Mais Triste do Ano